PALAVRA

30/03/2013 07:38

Na cultura brasileira as palavras unidade de desenvolvimento possuem, na prática, sentidos quase antagônicos. O Brasil Colonial manteve a sua unidade garantida pela falta de desenvolvimento. Neste sentido o Alvará de D. Maria I não uma excrescência, porém a expressão pontual da lei geral. Nos raros momentos de desenvolvimento, os estados federados nacionais reclamam de exclusões e atentados à unidade nacional. Diante deste impasse é bom possuir um repertório mais aprofundado do sentido de uma palavra num discurso. Para Hannah Arendt (1983: 235 e 266) a “palavra (lexis) adere mais estreitamente a verdade do que a praxis, segundo Platão[...]O sentido profundo do ato e da palavra não dependem nem da vitória nem da derrota, nem  de um desvio eventual, de nenhuma consequência boa ou má”. Ela esclarece em nota (1983: 235) que “está claro que a afinidade entre a palavra e a revelação é muito mais íntima que entre a ação e a revelação [...] Se a ação e a palavra estão estreitamente aparentados, é que o ato primordial, e, especificamente humano, deve conter ao mesmo tempo a resposta e a pergunta colocadas aos recém chegados: «- Quem é você?»” As palavras unidade e desenvolvimento foram termos constantes nos discursos dos agentes políticos brasileiros de rodas as tendências ideológicas e com os objetivos e as formas as mais diversas possíveis. Estes favores foram relativizados por Umberto  Eco quando escreveu (1976: 228) que: “para o homem culto o fato de uma palavra estar ou não na moda não deveria influenciar o uso que dela se faz enquanto categoria científica, o que deve realmente constituir em elemento de indagação e preocupação é o problema do motivo porque, num determinada sociedade e num determinada contingência histórica, uma palavra ganha os favores da moda”. Neste antagonismo entre unidade e desenvolvimento acaba prevalecendo a lei da Física de que duas forças contrárias acabam por se anularem. Ou em termos populares ‘acabam em pizza’. Entre as numerosas evidências do sentido das palavras  unidade e desenvolvimento é possível aprofundar os discursos separatistas da unidade nacional a favor de um imaginado desenvolvimento.

 

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